TESTE: Fiat Fastback Hybrid Audace 2026
A linha 2026 do Fiat Fastback recebeu algumas mudanças, que marcam a consolidação da solução brasileira de eletrificação no segmento de SUVs cupês compactos disponibilizada pela marca. Em setembro de 2022 a Fiat apresentou o seu sistema híbrido leve (MHEV) no Fastback e Pulse, e em junho deste ano, o cupê ganhou um retoque de leve no desenho, mais equipamentos nas versões topo de linha e atingiu um importante grau maturidade no mercado brasileiro para disputar de igual para igual com seus concorrentes. A dúvida de nossos leitores é se a tecnologia Hybrid aplicada pela Fiat realmente mudou alguma coisa no carro. Confira.
por Rubens Caruso Junior

Com pouco mais de dois anos depois da sua estreia em nosso mercado, o SUV cupê Fastback recebeu sua primeira atualização no visual. Para a linha 2026, chegou com mudanças na dianteira, seguindo o Pulse 2026, que recebeu há pouco tempo seu primeiro facelift. O Fastback 2026 se inspira, claro, na nova linguagem de desenho aplicada na marca italiana, recebendo nova grade com frisos verticais, novas rodas e acabamento de tecido nos forros das portas. Os para-choques também receberam um discreto retoque. No geral, o SUV apresenta um conjunto moderno, bem desenhado e com personalidade. As molduras dos para-lamas em versões mais caras são na cor da carroceria e o teto solar panorâmico estreia na linha; são itens de série nas versões 1.3 turbo e opcionais na Impetus Hybrid.

AUTO&TÉCNICA avaliou a versão Audace T200 Hybrid, que custa R$127.990. Custa menos, por exemplo, que o Chevrolet Onix RS (R$ 130.190), que é de uma categoria inferior. O Fastback Hybrid 2026 é oferecido nas versões Audace — que avaliamos — e Impetus, ambas com o powertrain T200 Hybrid (1.0 turbo flex mais sistema MHEV com correia), em conjunto com o câmbio CVT de sete marchas simuladas. Em agosto de 2025, o preço não promocional do Fasback era de R$ 159.990 (Audace) e R$ 167.990 (Impetus), estratégia da marca em concentrar essa eletrificação nas versões intermediárias. Já as Limited T270 e Abarth seguem com o 1.3 turbo e equipamentos específicos

Como vimos antes, o conjunto T200 Hybrid combina o motor de três cilindros 1.0 turbo flex (até 130 cv e 20,4 mkgf) a um BSG (Belt Starter Generator) de até 3 kW, que substitui alternador e motor de partida. São duas baterias de 12V presentes no carro: uma de chumbo-ácido (68 Ah) no compartimento do motor e uma íon de lítio de 11 Ah alojada sob o banco do motorista.

O BSG entrega assistência nas arrancadas e em acelerações normais, viabiliza o sistema Start/Stop e promove recuperação de energia em desacelerações (e-Regen), operando assim em quatro lógicas (e-Start&Stop, e-Assist, Smart Alternator e e-Regen). O modelo não permite tração elétrica autônoma, e seu objetivo é otimizar a eficiência em uso urbano e as emissões.


Segundo afirma a Fiat, a eletrificação permite até 11,5% de redução de consumo urbano no Fastback. Em nossos testes, abastecido com etanol, o Fastback Audace T200 Hybrid marcou 8,2 segundos na aceleração de zero a 100 km/h (cerca de 1 segundo melhor que o T200 não híbrido), consumo de 9,1 km/litro (cidade) e 13,8 km/l (estrada).

Além dos bons números, chama atenção a atividade do Start/Stop, que atua sem trancos. A velocidade máxima, com etanol, é de 196 km/h.





Um bom argumento do Fastback é o espeço interno. O banco traseiro é adequado para dois adultos, e a distância entre-eixos de 2,53 metros ajuda nisso. O porta-malas tem 600 litros de capacidade, segundo a Fiat, o que equivale a 516 litros no padrão VDA, um dos maiores do segmento. O Fastback tem 4.440 mm de comprimento, 1.989 mm de largura e 1.544 mm de altura. O peso é de 1.271 kg.


As suspensões do Fiat Fastback Hybrid não inventam muito, com sistema independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. Essa configuração recebeu calibragem que oferece bom equilíbrio entre conforto e estabilidade, sendo comum em veículos da Stellantis e dentro da proposta que se espera de um SUV cupê.

O acerto das suspensões é correto e trabalha bem com a direção elétrica, leve em manobras e rápida em reações. Se você espera um modo totalmente elétrico de condução, não vai encontrar. Não é essa a proposta desse tipo de eletrificação.







O interior do Fastback Hybrid é bem acabado, confortável e com materiais de qualidade. O painel tem tons prata e cinza, diferentes texturas agradáveis ao toque e material sintético que imita couro nos bancos. Destaque para a central multimídia com tela de 10,1 polegadas, conexão de smartphone sem fio, carregador por indução, painel de instrumentos 100% digital com informações sobre o sistema híbrido e tela de sete polegadas.

Há também banco traseiro bipartido 60/40 e rebatível, para aumentar a versatilidade do modelo, e o Fastback oferece saídas de ar para o banco traseiro. Em termos de segurança, o “pacote” ADAS permite frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança involuntária de faixa e comutação automática do farol alto/baixo. Outros itens, como monitor de ponto cego e serviços conectados podem vir na forma de opcionais.

CONCLUSÃO
Menos de um ano após ganhar a eletrificação leve, o Fastback híbrido já representa quase metade das vendas do modelo durante este ano de 2025, o que demonstra a boa aceitação pelo consumidor e mais um acerto da Stellantis. O Fiat Fastback Hybrid 2026 não é, e nem pretende ser, um híbrido “puro”, e sim a possibilidade de equilibrar preço, emissões de poluentes e características de uso do motorista brasileiro, e isso inclui a possobilidade de usar etanol.

Visualmente, nada a reclamar. O porta-malas é muito bom, o conjuntro tecnológico é honesto e a ajudinha elétrica melhora um pouco o uso no dia a dia, em especial no trânsito urbano. É indicado com louvor para quem quer ter na garagem um SUV cupê cheio de estilo, com dirigibilidade bastante caprichada e uma leve eletrificação que dispensa preocupações com cabos e tomadas.
