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TESTE: Jeep Commander Hurricane Blackhawk 2025

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O segmento dos SUVs médios-grandes no Brasil ganhou um protagonista ainda mais imponente este ano. O Jeep Commander Blackhawk Hurricane 2025 chega para ser o topo da linha, combinando luxo, tecnologia de ponta e o motor mais potente já colocado sob o capô de um Commander: o 2.0 turbo de 272 cv — e tração integral.

por Ricardo Caruso

A versão Blackhawk do Commander é voltada para quem busca visual agressivo e refinado ao mesmo tempo, com foco no desempenho e presença pelas ruas. Na marca, a sua proposta era mais familiar que a do Compass, por isso o Jeep Commander sempre foi despreocupado com suas opções de motor.

Os 1.3 turbo ofereciam pouco potência e torque para seu peso e capacidade de levar até sete ocupantes com generoso espaço no porta-malas, e o 2.0 turbodiesel (170 cv) até melhorava a situação, mas nada que fosse realmente entusiasmante, fora o desprezo de muitos interessados por esse combustível. Como dissemos, ele “era” assim. Agora o Commander Blackhawk traz o novo motor 2.0 turbo de 272 cv Hurricane — o mesmo da Rampage — que resolveu a questão e colocou o SUV em outro patamar. É importado do México.

Este motor faz parte da Global Medium Engine (GME) uma “família” de motores criada por uma joint venture entre as divisões de propulsão da Alfa Romeo, Chrysler, Dodge e Jeep, então da Fiat Chrysler Automobiles, e está em produção desde 2016. A GME é composta por duas novas séries de motores: uma criada pela Alfa Romeo (projeto de código Giorgio) para Alfa Romeo Giulia e Stelvio, e a segunda (projeto de código Hurricane, nome usado antes pela Willys ) pela FCA para veículos norte-americanos feitos pela Chrysler, Dodge e Jeep. Ambos eram produzidos em Termoli (Itália), na Termoli Powertrain Plant e agora são feitos também na China, México e Estados Unidos.

O primeiro veículo a utilizar o motor GME T4 foi o Alfa Romeo Giulia, lançado em abril de 2016, seguido pelo Alfa Romeo Stelvio. O primeiro Hurricane americano foi adotado pelo novo Jeep Wrangler (JL) em 2018, seguido pelo Jeep Cherokee (KL) 2019, e pelo Jeep Grand Commander chinês. Atualmente, está disponível apenas em motores 2.0, com diferentes configurações.

O Jeep Commander Blackhawk é a versão topo de linha do SUV de sete lugares que, além do motor Hurricane 4, chegou com visual mais esportivo e, por R$ 340.990, disputa espaço no mercado com SUVs premium menores, sem ficar devendo nada em termos de potência, desempenho e nível de equipamentos. Traz qualidades suficientes para tirar clientes de Audi, BMW, Mercedes-Benz, Volvo e outros.

Desenho: imponência e esportividade

À primeira vista, o Commander Blackhawk se diferencia pelas soluções exclusivas dentro da linha. A carroceria de 4,77 metros de comprimento mantém a elegância já conhecida do SUV, mas agora recebe detalhes em preto brilhante, rodas de 19 polegadas com acabamento fosco escurecido e a tradicional grade de sete fendas em “dark chrome”, parente próximo do preto fosco….

Os faróis full LED com assinatura luminosa atualizada reforçam o caráter tecnológico. Na traseira, lanternas mais escurecidas, para-choque com difusor de ar integrado e duas saídas de escapamento dão o toque final esportivo. A pintura em tons exclusivos, como o Preto Carbon e o Cinza Granite, completam o visual de “predador” desta versão.

Interior: luxo e tecnologia

Dificilmente você encontrará um modelo nacional tão bem acabado e luxuoso internamente. Ao abrir a porta, o ambiente do Blackhawk surpreende a todos pelo requinte. O acabamento combina material sintético que imita couro com alcântara (praticamente uma camurça sintética) premium com pespontos contrastantes, detalhes em black piano e painel revestido em alcântara e materiais soft-touch. O espaço interno é um dos grandes trunfos do Commander: são sete lugares de verdade, com a terceira fileira adequada até para adultos em trajetos curtos.

Na dianteira, o motorista encontra o painel digital de 10,25 poelgadas configurável, combinado com a central multimídia de 12,3 polegadas, plataforma com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. O sistema de áudio leva assinatura Harman Kardon, com nove alto-falantes e subwoofer, o que significa som de altíssima qualidade.

Entre os recursos disponíveis, destacam-se entre outros:

  • Bancos dianteiros com ajuste elétrico
  • Sistema de câmeras 360 graus
  • Carregador de celular por indução
  • Conectividade Jeep Connect com atualização OTA
  • Freio elétrico de estacionamento
  • Teto solar panorânico

Mecânica: esportividade

Sob o capô, temos o grande diferencial do Blackhawk: o novo motor 2.0 turbo Hurricane 4. Desenvolvido pelo grupo Stellantis, ele entrega 272 cv de potência máxima a 5.200 rpm e 40,8 mkgf de torque máximo já em baixas rotações (3.000 rpm), disponível só a gasolina. É acoplado ao câmbio automático de nove marchas e ao sistema de tração integral 4×4 Jeep Active Drive Low, que garante correta aderência em qualquer terreno.

Em nossos testes, o Commander Blackhawk cumpriu a aceleração de zero a 100 km/h em 7,1 segundos, o que representa desempenho de carro esportivo em um SUV de sete lugares. A velocidade máxima é limitada a 220 km/h. Marcas excelentes, reflexo da fantástica relação peso/potência de 6,93 kg/cv. O motor 2.0 conta cm turbocompressor, injeção direta, duplo comando de válvulas no cabeçote e variação das válvulas de escapamento e de admissão.

Na prática do dia a dia, o motor impressiona pela linearidade das respostas, suavidade de funcionamento e pela força em retomadas de velocidade, seja na estrada ou no trânsito urbano. O câmbio ZF 9HP responde rápido, sem trancos, e os modos de condução —Auto, Sport, Sand/Mud e Snow — permitem adaptar o comportamento do carro ao gosto do motorista e às condições da pista.

Claro que tudo isso cobra um preço no consumo. O Jeep Commander Blackhawk tem consumo de combustível elevado, com médias registradas no Inmetro de 8,2 km/litro de gasolina na cidade e 10,2 km/l na estrada. No uso real, o consumo pode ser um pouco maior, especialmente no trânsito urbano ou numa condução mais esportiva, podendo cair para valores como 6,3 km/l em algumas situações. Mas quem compra um SUV desse preço e com essas características, não vai se preocupar com esse tipo de problema que aflige os pobres mortais, como nós…

Conforto e dirigibilidade

Apesar da proposta esportiva, o Commander Blackhawk mantém o foco no conforto. A suspensão independente nas quatro rodas, com ajuste mais firme, controla bem a carroceria nas curvas, e não sacrifica a comodidade em pisos irregulares. A suspensão dianteira é tipo McPherson, com braços oscilantes inferiores de geometria triangular, barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos e pressurizados, e molas helicoidais. Na traseira, também tipo McPherson, com rodas independentes, links transversais/laterais, barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos e pressurizados, e molas helicoidais.

Na estrada, o interior é silencioso, com isolamento acústico dos mais eficientes. O sistema de direção elétrica progressivo transmite segurança, especialmente em velocidades elevadas (o diâmetro de giro é de 11,8 m), e os freios, perfeitamente dimensionados para o peso do SUV (mais de 1.886 kg), demonstraram eficiência, com frenagens consistentes; o SUV conta cm ABS e EBD. O sistema de freios traz, na dianteira, discos ventilados de 330 mm de diâmetro e pinça flutuante. Na traseira, vai de disco sólido de 320 mm de diâmetro e pinça flutuante; as pinças são pintadas de vermelho.

Segurança de ponta

A lista de tecnologias embarcadas é extensa e inclui os mais avançados sistemas de auxílio à condução (ADAS), como:

  • Frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres e ciclistas
  • Controle de velocidade de cruzeiro adaptativo com Stop&Go
  • Assistente de permanência e centralização em faixa
  • Monitor de ponto cego e tráfego cruzado traseiro
  • Câmeras 360° com visão off-road

Tudo isso garante muito destaque nos protocolos de segurança e coloca o Commander no mesmo patamar de SUVs premium importados.

Dimensões

Em termos de dimensões, o Compass Blackhawh tem 4,76 metros de comprimento, 1,85 de largura, 1,72 m de altura e 2,79 m de distânica entre-eixos. O porta-malas conta com 661 litros de capacidade. A altura mínima em relação ao solo é 20,2 cm; o ângulo de entrada é de 21,7 graus e o de saída de 24,2 graus

Consumo

Durante os nossos testes, registramos médias de 7,5 km/litro de gasolina na cidade e 11,2 km/l na estrada, números realmente honestos para um SUV grande, pesado e de alta potência.

Conclusão

O Jeep Commander Blackhawk Hurricane 2025 é, sem dúvida, a versão mais completa e emocional de todos os SUVs nacionais. Ele alia num produto de qualidade a versatilidade dos sete lugares, o amplo porta-malas e o luxo típico da marca Jeep a um motor de desempenho digno de um esportivo dos bons, além de oferecer um ótimo “pacote” de tecnologia e segurança, comparável aos melhores concorrentes.

Seu preço posicionado na faixa dos R$ 350 mil o coloca em disputa direta com modelos importados de marcas tradicionais, mas com a vantagem de ter produção nacional, disponibilidade de peças, custos de manutenção mais previsíveis e robustez característica da marca Jeep.

Para quem busca um SUV de porte maior, imponente, linhas muito interessantes e com “alma” esportiva, o Commander Blackhawk é hoje a referência absoluta no mercado brasileiro. É caro? É, mas vale cada centavo.


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