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Em crise, Grupo VW adia investimentos e novos projetos

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O adiamento da aprovação do plano de investimentos do Grupo Volkswagen coloca em risco vários projetos futuros, incluindo o lançamento de novos modelos. O momento é de um verdadeiro inferno astral para o Grupo: concorrência dos chineses, queda no mercado, falta de chips e ainda reflexos dos prejuízos causados pelo Dieselgate, entre outros.

da Redação

O conselho de supervisão do Grupo Volkswagen adiou a aprovação do seu plano de investimentos de dezenas de bilhões de dólares para os próximos cinco anos, segundo o jornal alemão Bild. Todos os anos o Grupo reúne-se para essa aprovação, normalmente em novembro. Este ano estava marcado para 14 de novembro, mas a reunião foi suspensa, sem nova data definida.

Esta fase de planejamento visa definir quais as fábricas que serão modernizadas (são quase 100 em nível global), quais os modelos que serão produzidos e que tecnologias terão prioridade. Fontes internas indicam que o plano só deverá ser analisado e aprovado quando houver um cenário financeiro mais favorável. Caso essas condições melhorem, poderá ser convocada uma reunião extraordinária do conselho em dezembro, embora uma fonte tenha afirmado que as deliberações “podem facilmente estender-se o meio do ano que vem”.

Esse atraso coloca em risco vários investimentos do Grupo Volkswagen e o lançamento de novos modelos. Segundo o Bild, a Volkswagen enfrenta um déficit de investimento de cerca de US$ 13 bilhões apenas para 2026. Isso coloca a operação do Brasil em sério risco, mesmo com produtos de qualidade sendo oferecidos em nosso mercado.

Entre os fatores que levaram ao adiamento do plano de investimentos está o aumento dos custos -incluindo a transição para os automóveis elétricos—, demanda abaixo do esperado e as exageradas tarifas norte-americanas, que custam ao grupo alemão milhões de dólares por semana, de acordo com um executivo citado pela imprensa europeia.

O adiamento do plano de investimentos colocou em risco vários projetos: sem compromissos financeiros, os fornecedores não podem planejar suas produções, os programas de desenvolvimento são paralisados e os esforços de reestruturação das fábricas são atrasados.

Um dos investimentos afetados é a construção de uma nova fábrica da Audi nos Estados Unidos, necessária para evitar as onerosas tarifas norte-americanas criadas por Donald Trump. A Audi e a Porsche são, tradicionalmente, as marcas que mais lucro geram para o Grupo alemão nos Estados Unidos, mas ao não terem produção local (ao contrário da BMW e Mercedes-Benz), têm sido particularmente atingidas pelas tarifas.

A decisão de avançar ou não com a fábrica da Audi nos Estados Unidos poderá ser definida até o final do ano.


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