Todos já sabiam da ambição da Xiaomi em expandir sua atividades automotivas globalmente, e que a Europa seria o seu primeiro destino. Os objetivos da Xiaomi —famosa por seus excelentes smartphones e eletrônicos — não podiam ser mais claros: bater a BYD e a Tesla, marcas que dominam o segmento dos eletrificados. E por isso definiram a primeira região para onde pretendem se expandir fora da China: a Europa.

da Redação

O anúncio foi feito durante a apresentação de resultados da empresa no segundo trimestre, feita por Lu Weibing, chefão da tecnológica chinesa. Atualmente, a Xiaomi comercializa os seus dois modelos — o sedã SU7 e SUV YU7 — no mercado chinês, onde já conta com mais de 335 concessionários espalhados por 92 cidades. E está ganhando espaço rapidamente.

Entre abril e junho deste ano, a Xiaomi vendeu 81.302 automóveis, quase três vezes mais que as 27.307 unidades no mesmo período de 2024. Convém lembrar que foi só no ano passado que a empresa iniciou as vendas do seu primeiro modelo, o sedã SU7. Por isso, as receitas da divisão automotiva também mais do que triplicaram (+233,9%), indo para para 20,6 mil milhões de yuan (cerca de US$ 2,7 bilhões à taxa de câmbio atual).

Apesar do sucesso crescente de vendas, a marca continua registrando perdas operacionais: 300 milhões de yuan (cerca de US$ 42 milhões) no segundo trimestre deste ano. Estas foram inferiores aos 1,8 mil milhões de yuan (cerca de US$ 252 milhões) em 2024, perdendo cerca de US$ 8 mil por cada unidade vendida.

Mas Lei Jun, co-fundador da Xiaomi, mostra-se confiante e afirma que a divisão automotiva se tornará rentável já neste segundo semestre de 2025: “Estamos mais focados no crescimento do que no lucro”, garantiu. No total, o Grupo Xiaomi registrou receitas de 116 mil milhões de yuan (cerca de US$ 16, 3 bilhões) no segundo trimestre de 2025, mais 22,5% do que no mesmo período de 2024. Mais saudável, impossível.

Já se sabe que a Xiaomi vai chegar à Europa a partir de 2027, mas agora a questão é se também chegará ao Brasil. A Xiaomi considera o Brasil um mercado com potencial para o SU7, seu sedã elétrico, que tem linhas inspiradas no Porsche Taycan. A empresa já se reuniu com pelo menos três importadores de veículos que atuam no Brasil para discutir a possibilidade de venda do SU7 aqui no País, e possivelmente em outros países da região. 

Em termos de preços, quando chegar ao mercado europeu os valores serão um pouco superiores aos praticados na China. Por lá o SU7 começa nos 215,900 yuan (cerca de US$ 29 mil) e o YU7 nos 253.500 yuan (cerca de US$ 35 mil). Dificilmente veremos preços tão baixos na Europa.